Oi amor, sou eu de novo. Quando dá essas crises de paixão aguda eu venho aqui escrever pra você. Escrevo porquê o sentimento não cabe dentro do meu coraçãozinho. Imagino milhões de aventuras com você. Ver o pôr do sol no alto de uma montanha, pescar num lago daqueles beeeem calmos, deitar numa rede e ficar olhando as estrelas. Imagino nós dois bem velhinhos, você rabugento, é claro, e eu rindo das suas reclamações. Ambos sentados em uma varanda em frente ao jardim com passarinhos e algum cachorro bobão correndo atrás das borboletas. Quero te conhecer. Mas não quero saber aquelas coisas que todo mundo sabe. Quero os seus detalhes, os mais pequenos. Saber dos seus medos, suas vontades mais escondindinhas. Quero ouvir suas lembranças boas e imaginar como seria se eu estivesse vendo, como um filme passando na tevê. Apenas sentir o batimento do seu coração enquanto a noite cai e assim ficar, sempre.
Pegamos um temporal. Entramos em seu apartamento e ele pediu que eu esperasse. Logo voltou com duas toalhas e uma camisa. Me deu uma toalha e a camisa e me mostrou onde era o banheiro pra que eu pudesse me trocar. Sai do banheiro e ele estava no sofá com duas xícaras de chá, me entregou uma e pediu que eu sentasse ao seu lado. As luzes se apagaram. A energia havia acabado.Coloquei minha xícara na pequena mesa em frente ao sofá juntamente com a dele. Meus pés ficaram inquietos. Sacudia-os prum lado e pro outro. Sentados naquela pequena sala com a falta de luz, escutando apenas o som de nossas respirações e a sensação de outro corpo quente e molhado pela chuva. Assim que aquele silêncio começou a se tornar insuportável, senti uma de suas mãos em meu cabelo. Entrei em estado de choque. Paralisada sentia ele se aproximando e virando meu rosto para o seu lado. Vi seus olhos. profundos como o oceano, me olhando, me devorando e engolindo. Sentia pequenos espasmos pelo corpo. Ele se aproxim